quinta-feira, 30 de abril de 2009

Angústias passadas que ainda passam

Em 1997 escrevi alguns textos que davam vazão os sentimentos que me incomodavam. Eram escritos rápidos, mas que acalentavam minha alma triste e solitária. Dei o nome de Escrevendo para o Futuro à essa atividade que objetivava justamente voltar a eles para lembrar daquelas emoções. Reproduzo os textos da forma que os escrevi: simples, verdadeiros e com alguns erros (os mais grosseiros retirei).

 

Abraços.

 

 

 

Escrevendo para o Futuro

 

Hoje me encontro eufórico, afinal consegui superar um obstáculo que estava em meu caminho, o caminho que me leva às realizações de algumas expectativas. Nesse caminho encontram-se outros obstáculos além do vestibular, mas penso que, como o primeiro foi superado, os outros os serão, mas para isso preciso na fugir das metas traçadas e seguir com determinação e força de vontade.

 

Talvez quando eu tornar a ler esta folha nem me lembre mais que estava sentado em um banco esperando para fazer uma inscrição à moradia estudantil, mas com certeza me lembrarei que estava eufórico e também apreensivo por não saber o que me esperava.

 

18 de março de 1997.

 

 

 

Depois de sair da casa de meus tios e de chorar um pouco, vejo que a vida tem que ser vencida com muita luta e determinação e você pode contar só com algumas poucas pessoas. Eu conto com uma das pessoas mias maravilhosas do mundo: minha Vovó. Ela me deu tudo e continua lutando para me ver feliz.

 

Enquanto eu escrevo sinto as lágrimas saindo do meu coração, elas param nos olhos pois meu orgulho impede de deixá-las cair pois estou numa sala com várias pessoas, mas elas estão rolando de vez em quando desde domingo passado. Hoje, algumas horas antes, elas rolaram bastante.

 

Não sei bem o que está acontecendo, mas com certeza estou sentindo uma dor bem grande.

 

15 de abril de 1997.

 

 

 

Vou tentar não ser esnobe.

 

Hoje (não o dia em si) alguma coisa acontece em mim. Angústia, aperto, saudade, comoção, alegria, egoísmo. Tenho necessidade de que girem em torno de mim. Quero me compreender.

 

Eu penso em casa. A vontade de voltar não chega. Alguma coisa acontece em mim. Quero todos. Fui criado por uma Vó. Sou primogênito. Estou aqui longe de tudo. Alguém está falando. Estou pensando... estou olhando... Alguma coisa acontece em mim. Não compreendo.

 

Estou confuso, talvez por isso faço textos confusos, continuo pensando, olhando. Não sei se o que vejo é bonito, bonito tem vários determinações, algumas falta ao que vejo.

 

Começa uma nova etapa em mim...

 

12 de junho de 1997.

 

 

Noto um certo espaço nas minhas convicções. Tento me achar, e com isso tentar saber o que quero.

 

Percebo que me falta coragem e um pouco de autoconfiança em buscar o que sonho. Talvez minha criação interiorana me impeça de enfrentar desafios que outras pessoas acham bobos.

 

Goiânia, e agora a faculdade, me trouxeram novas visões de mundo, novas concepções, novas amizades, novos amores, novas paixões. Interessante: já não torço tão energicamente pela seleção brasileira de futebol. Mas também já não idolatro mais os Estados Unidos.

 

Alguém me disse que é xenofobia. Eu? Ainda quero me achar. Gosto do mundo. Sou xenófilo? Sou ateu? Sou eu? Quem sabe?

 

18 de junho de 1997.

 

 

 

Estou numa fase de egoísmo. Tento me isolar, mas estou demasiadamente preso ao que me cerca.

 

Não consigo me comunicar com as pessoas (quando digo isso, é meio metaforicamente). Elas não me entendem. Não as culpo, também não me entendo.

 

Limitei meu problemas a um só: falta de dinheiro. Logo eu, que tinha o dinheiro como o mal do homem.

 

Acho que uma viagem me fará bem: novo clima, novas caras, ir onde ninguém me conheça, começar de novo.

 

Sábado, dia 09 de agosto de 1997, farei uma prova para passar no concurso do IBGE, vai ajudar a equilibrar minha vida.

 

O quarto escuro e vazio me parece o melhor lugar para eu ficar. Isolado e alheio aos acontecimentos. Rui, eu não me expressei por completo, estou só.

 

08 de agosto de 1997.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Dos livros

Essa foi tirada do livro Memórias de um Sargento de Milícias, único livro de Manuel Antônio de Almeida:
 
"Não há nada que mais sirva para fazer nascer e firmar a amizade, e mesmo a intimidade, do que seja o riso e as lágrimas: aqueles que se riram, e principalmente aqueles que uma vez choraram juntos, têm muita facilidade em fazerem-se amigos."
 
Aos meus amigos que riram e choraram comigo.
 
Abraços