domingo, 30 de dezembro de 2007
Em busca de farinha e colo
Terei, depois de dois anos, o colo da mulher que me ama incondicionalmente. Só quem é amado desta maneira sabe a dor que isto causa. Receber um amor apesar de qualquer coisa tem suas felicidades, mas traz grandes sofrimentos. Sofre-se por estar ausente, por não conseguir atender as cobranças internas (não há cobranças dos que amam incondicionalmente) e sofre-se também por saber que o amor incondicional torna o ser que ama menor, pois o objeto amado rouba-lhe uma parte de sua vida. Ou melhor, uma parte da vida daquele é transferida para este.
A distância de Dona Mundeza e a consciência de seu amor independente de tudo não me deixa ser totalmente feliz. Queria poder atender as pequenas vontades de seu amor: o estar um pouco mais perto e ser feliz por completo.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Inexorável
Ela veio na madrugada.
Sem alarde acordou-me
Tentei argumentar: não é hora, por que eu.
Respondeu-me: sempre é hora, sempre é alguém
Tenho planos. Todos têm.
Amo, sou amado. Os que amam o fazem por serem amados.
E sempre haverá os que amam.
Meu tempo foi pouco. E parafraseando Saramago convenceu-me:
"...no fim das contas o que está claro é que todas as vidas se acabam antes do tempo".
Tudo bem, só deix
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
A Metamorfose
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Sobre Séries
É difícil não se encantar por esse amado assassino. A segunda temporada da série terminou recentemente, com Dexter se conhecendo melhor. Não vejo a hora de começar a terceira (a greve dos roteiristas de Hollywood deve atrapalhar um pouco). O interessante é que na série, assim como na vida real, não há pessoas totalmente boas ou totalmente más. E o fato de torcemos para um assassino de bandidos não pode ser encarado como um desejo de nos livrarmos de criminosos simplesmente matando-os. O que perpassa de mais forte na história é a dualidade e dubiedade do ser humano, com suas fraquezas e virtudes, seus códigos internos e seu modo de encarar a vida em sociedade.
Deixo para vocês uma frase do Dexter que é fenomenal, foi dita num contexto em que o protagonista se vê como criação (talvez errada) de seu pai e também tendo que resolver os problemas causados por um “filho” seu.
“É estranho ter uma cria lá fora. Uma versão profundamente alterada de você mesmo, correndo por aí sem controle e fudendo com tudo. Me pergunto se é assim que os pais se sentem”.
Chega a dar medo.
Abraços.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Para amadurecer
Amadurecer, hoje, leva mais tempo que na época de Balzac (penso se esse escritor fosse nosso contemporâneo suas balzaquianas seriam maiores de 40). Em nosso tempo, com aumento da expectativa de vida, ter 30 anos é bem diferente que ter-los na década de 80 ou até na de 90, em que a condição da vida adulta e suas conseqüências chegavam mais cedo.
No meu caso, saí da casa de minha vó com 19 anos para estudar e me casei com quase 25 (porque tive a certeza que havia encontrado a pessoa certa), mas só aceitei a idéia de ter um filho depois dos 30 (após relutar, mensurar e passar por várias sessões de terapia), quando me senti preparado (emocionalmente, financeiramente) para assumir a carga de responsabilidades de se criar um ser humano. O comum, em anos idos, seria que eu estivesse pensando, pelo menos, no segundo filho.
Não sei dizer se minha decisão foi madura, corajosa ou se cedi às pressões, mas quando percebo em mim o forte desejo de ter um filho, vejo que só comecei a amadurecer após tomar e, principalmente, aceitar essa decisão. Não quero afirmar que só com um filho ficamos maduros, de forma alguma. O que penso é que o amadurecimento chega somente quando somos capazes de tomarmos decisões que mudarão nossa vida para sempre e sem retorno e aceitarmos suas conseqüências, independentemente se foram acertadas ou não. Alias, penso que os acertos são proporcionais ao grau do nosso amadurecimento.
Abraços
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
CPMF x Eleições
Depois de seguidos adiamentos a CPMF foi à votação na noite de ontem. Não foi aprovada, faltaram 4 votos para o Governo. Algumas considerações:
Estava um pouco inclinado à querer que esse imposto não fosse aprovado por não sentir seu uso diretamente (acho que pela pulverização e também pelos gastos em programas sociais), mas depois que o governo afirmou que todo ele iria direto para a Saúde, tive vontade que passasse pelo Senado. 40 bilhões de reais ajudariam bastante numa área tão carente (apesar de saber que grande parte seria desviada);
A CPMF é um imposto que não tem como sonegar e aqueles que ganham mais contribuem com mais. Ponto pra ele. Porém, era mais um imposto na já pesada carga tributária brasileira. Ponto contra;
Agora o Governo terá que avaliar gastos e saber administrar o que tem, alias este é o grande gargalho das administrações: otimizar as despesas e receitas, pois dinheiro não falta, mesmo com tanta corrupção.
O mais engraçado foi ver os criadores da CPMF, os tucanos, pousarem como bastiões da luta pela redução de impostos. Esqueceram que, num passado próximo, estavam totalmente comprometidos pela sua prorrogação. Mas, como as eleições estão aí, tirar dinheiro do Governo é minar a força do adversário na campanha.
Abraços
Ajustes no Devaneios
Bem pessoal, como ainda sou verde na blogosfera alguns recursos estão no default (ou padrão) do Blogger. É o caso do espaço para Comentários que não estava permitindo o acesso para todos os usuários. Depois de várias e várias reclamações solucionei o problema, agora todos podem fazer seus comentários.
Abraços
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Iniciando...
Bom, espero que meus devaneios possibilitem criar um canal de comunicação entre nós e que a partir daí possamos fortalecer nossa relação (não só virtual) por meio do debate, concordantes ou discordantes.
Beijos a todos e sejam bem-vindos!
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Grande Sertão: Veredas
O livro me absorveu de tal maneira que quanto acabei, o sentimento foi o mesmo de uma despedida de alguém muito querido. E como o próprio Riobaldo diz: “Despedir dá febre”. A maneira que li as últimas trinta páginas contribuiu ainda mais para o sentimento de encanto e paixão pelo livro: havia acabado a energia em casa e eu estava num quarto escuro, sozinho e sob luz de velas, totalmente absorto na leitura, esse clima fez com que eu penetrasse ainda mais na história. Quando perto do final desejei que tivessem mais 300 páginas além das 620 do livro.
Talvez por ter crescido no sertão tocantinense com seu modo de vida e seus palavreados típicos e ter vivido algumas das incertezas e certezas de Riobaldo, eu tenha me identificado tanto com o personagem e com a história contada. Essa identificação me permite dizer, com toda convicção, que Grande Sertão: Veredas será um livro que levarei pra toda vida.