quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dez anos completos e incessantes

No dia 18 de agosto de 2001 estava extremamente apreensivo, nervoso e empolgado. Queria tudo ali perfeito, a melhor comida, cerveja à vontade e bem gelada, a decoração impecável, as músicas legais e todos se sentindo confortáveis e bem acolhidos. Mas por mais que controlasse esses pormenores, pensando nos mínimos detalhes, não teria certeza do sucesso em cada um dos quesitos. Tanto que a mesa do bolo foi improvisada no momento da chegada dos convidados e do noivo.

Naquele dia percebi que não sabia o que era uma vida de casado, as coisas que deixaria para trás e as que ganharia, cumplicidade a ser construída, desavenças a serem resolvidas, não era claro o que faria da vida, como moraria, o que compraria, o momento de ceder e o de bater o pé, a angústia de ter que mudar os planos e a felicidade pela mudança dos planos. Só imaginava as possíveis conversas, esquecia a falta de assunto, vislumbrava nós dois debaixo da mesma coberta e nem cogitava cada um com seu lençol. Era um poço de imaginação, mas nenhuma certeza na vida depois dali. Aliás, certeza apenas uma, que continua e segue inexorável, a noiva era a mulher com a qual viveria para sempre, aquela que sempre busquei e esperei, a pessoa que na companhia conseguia ser eu mesmo, apesar de tentar mudar para ela.

Foram com nossos dez anos de casados que compreendi que as incertezas fazem parte do início da jornada. Contudo, a confiança de sabermos que estamos com a pessoa certa é fundamental, pois ela nos possibilitará a superação dos percalços que aparecem no decorrer dos anos. E a forma como superamos os momentos difíceis faz aumentar ainda mais a certeza de que trilhamos o caminho correto, porque assim solidificamos nosso sentimento para além da simples idealização e alcançamos a concretude do amor verdadeiro, perene, incandescente, confidente, base da solidez do nosso amor.

Foi por essa certeza que tudo mudou. Foi por esse sentimento que arrisquei os passos não planejados, porém esperados. Foi por ela que a vida ganhou direção, sem necessariamente ter precisão, e por ela pude vislumbrar sonhos concretos e abrir uma infinitude de possibilidades no horizonte da minha existência. Por causa dela, da certeza da mulher certa, que abandonei tudo e todos para ganhar a felicidade de vivermos juntos realizando uma história que, embora com seus desencontros, se mostra cada dia mais voluptuosa e gostosa de viver e construir.

Eu te amo não só pelos anos já vividos, mas também pelos que viveremos.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sentido

Tortura-me quando foges do meu olhar

Fere-me quando desvias teu corpo do meu toque

Entristece-me quando não respondes às minhas declarações de amor

Então...

Por que te procuro?

Por que te acaricio?

Por que te amo?

 

Porque te amo.