quarta-feira, 19 de março de 2008

Receita para um dia feliz

Tome um café da manhã revigorante em companhia de alguém que você ama;

 
Ao sair de casa beije essa pessoa longamente, estando ela só de sutiã (se isso for possível). O importante é que as costas estejam desnudas, permitindo que suas mãos sintam o frescor da pele dela;

 

Monte em sua bicicleta, coloque seu MP3 e ouça a música nova da Fergie;

 

Sinta a brisa fresca passar pelo seu corpo e balançar sua camiseta, ah, vista uma roupa leve e descontraída. Calce um tênis com meias frouxas, quase relaxadas;

 

É importante, para arrebatar a receita, que o tempo esteja com você goste. No meu caso: céu azul, com nuvens esparsas e vento sem direção;

 

Pedale calmamente, acompanhe a música, cante até, sem constrangimento, os outros vão olhar, tudo bem, verão alguém feliz;

 

Pense na pessoa, no beijo, nas costas, no frescor. Sinta sua presença, deseje-a;

 

Agora, junte tudo e coloque numa quarta-feira em que o resto da semana seja feriado prolongado de 5 dias. Se isso não for o caso, engane-se, permita-se fantasiar, fuja do padrão. Encare esse dia como sendo o seu melhor dia.

 

Abraços

quinta-feira, 13 de março de 2008

Imbricações metafísicas das coincidências

Ontem acordei com enorme vontade de rever meus amigos de Paraíso, ainda resquícios da maravilhosa viagem que fiz em janeiro. Logo pela manhã enviei um e-mail para eles relatando minha saudade e o desejo de tomar uma cerveja e conversarmos descompromissadamente. No período da tarde, um dos meus amigos, o Alexandre, me liga dizendo que estava em Goiânia e queria me encontrar para conversarmos e tomarmos uma cerveja (ele ainda não havia lido o e-mail). Coincidência? Sintonia telepática? Destino? Déjà vu?

 

O meu lado cético teima pela coincidência; o que acredita no grande poder do cérebro embirra pelos desígnios da mente. Há ainda outras questões: uma que fala que tudo já está traçado e destinado a incidir; e aquela que prega a vida como uma sucessão de acontecimentos repetidos desencadeados pelo vaivém da expansão e contração do universo. De uma forma ou de outra, a cerveja estava uma delícia e o papo melhor ainda.

 

Abraços

quarta-feira, 12 de março de 2008

O primeiro Machado de Assis

Depois de 30 anos leio um livro daquele que é considerado o maior escritor brasileiro. Escolhi Dom Casmurro para iniciar minha empreitada machadiana. O estilo do autor me ganhou completamente: sarcástico, psicológico e inteligente. Um texto envolvente e que nos faz inquirir sobre possibilidades. Nada é dado pronto.

 

Fui surpreendido, pois esperava uma escrita árida, densa e que não permitiria a identificação com os personagens. Tudo ao contrário. Bentinho e Capitu pertencem agora ao que convencionei chamar de universo paralelo de pessoas que valem a pena serem mencionados numa conversa. Ou seja, são parte de minha história.

 

Abraços

quarta-feira, 5 de março de 2008

Sobre séries – Battlestar Galactica

Comecei a assisti Battlestar Galactica no ano passado e fui arrebatado por esta série fantástica. Enredo impecável, atuações magistrais, efeitos virtuosos, personagens cativantes, ação, drama, psicanálise, filosofia, enfim, tudo me agrada. Sempre tentei convencer minha esposa a acompanhar comigo, sempre em vão, meus argumentos não a sensibilizavam. Mas, quando assisti o décimo episódio da segunda temporada fui tomado pela obrigação de convencê-la. Consegui. Utilizei argumentos técnicos (sem falhas de edição, história bem escritas, atuações perfeitas) e não-técnicos (beleza dos atores, referência à mitologia, clima não muito denso) mas acredito que ela cedeu percebendo o estado emotivo em que me encontrava, transpassado pelos meus olhos quase em lágrimas. Considero esse episódio o melhor que já vi em todas as séries que assisti e isso me imbuiu de uma argüição por demais voraz.

 

Por quatro meses tive que rever todos os episódios anteriores com ela. Não foi nenhum sacrifício, o difícil foi resistir à vontade em continuar a série onde havia parado, no episodio dez. Mas eis que o dia chegou. Ontem assistimos juntos ao afamado momento e à sua seqüência. Mesma emoção, aliás melhor: estava com alguém para compartilhar a sensação. Que episódios! Que série! No topo de minhas melhores.

 

Abraços