quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A tampinha e um buraco no céu

Hoje consegui tirar a tampinha do iogurte sem que ela se partisse, fiz uma expressão de extrema felicidade ao ponto de minha colega de trabalho achar que estava exagerando. Já havia obtido tal feito em outras vezes, porém há um bom tempo a tampinha teimava em sair aos pedaços, por isso exacerbei meu contentamento como se tivesse ganhado algo muito valioso.

 

Isso me fez pensar na importância de valorizarmos esses pequenos acontecimentos que nos dão alegria e nos fazem sorrir contentes e exagerados. Não é só de grandiosidades que uma vida feliz é feita. Aliás, conseguir perceber os contentamentos que as miudezas nos proporcionam é um passo importante para uma existência cheia de felicidades, porque são elas que preenchem nosso caminho aqui.

 

Então se, num dia nublado e cinza, se abrir uma fresta de azul do céu, sorria e contemple a fortuna de presenciar algo belo em seu caminhar. Parece meio autoajuda, mas depois de muitas tampinhas rasgadas, percebi o quanto é gostoso lamber uma inteira.

 

Abraços.

 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Borrasca

Quem é você que me provoca tormentas?

Que torna meu coração vulcão?

Quanto vai-e-vem num plano deformado pelo humor

 

Por que sofro e sorrio

Se quero um céu de brigadeiro?

Navegar divagando com a força do vento

Aportar na areia descansando a mente

 

Encontrar-me é decifrar-te

É aceitar que após a erupção vem a quietude

Que a extinção também dilacera

Melhor é aprender nas tempestades

Entrar, se molhar, secar e seguir... te amando.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Joaquim

Depois de um bom tempo retomo esse espaço. E a volta não poderia ter um motivo mais importante: informar que logo, logo nascerá meu primeiro filho!

Muito esperado, o Joaquim veio após algumas complicações no processo da gravidez. A Flávia e eu decidimos entrar de cabeça no projeto de sermos pais há quatro anos, já ambos com 30. No início a ideia me assustava, tinha medo da responsabilidade, de não conseguir passar valores que considero importantes, de o bebê mudar demais nossa vida, tirando privacidades, exigindo cuidados extremos, enfim, a mudança que um filho traz me amedrontava completamente.

Tivemos dificuldades nas tentativas... Passou-se um ano e nada, dois anos e nada. Em mim, a angústia começava a se tornar maior que o medo. Contudo, esse tempo possibilitou, com ajuda de terapia, que o desejo de ser pai aflorasse de forma inexorável dentro de mim e todos os medos desaparecessem. Aí, amigos, a angústia cresceu enormemente pelo receio de não conseguirmos. Ser pai havia se tornado algo definitivo, se tornara um desejo total, um sonho.

Procuramos um especialista de nome engraçado, Dr. Rodopiano, fizemos tratamentos, a Flávia passou por uma cirurgia e, por fim, fizemos uma inseminação que deu certo na primeira. Não era o Joaquim. Depois de três meses de gravidez perdemos o bebê. Ainda com toda a dor na alma, tentamos novamente e dentre cinco óvulos maduros, o que poderia resultar em gravidez múltipla, só um foi fecundado. O menino queria exclusividade.

Hoje, faltando cerca de 10 semanas para o nascimento, o rapazinho já causa extrema felicidade com suas cambalhotas na barriga da mãe, com seus chutes fortes e seus soluços. O Joaquim já é muito amado e ansiosamente aguardamos para ver seus olhinhos castanhos, seu nariz largo, seus choros matinais (e noturnos!).

Venha meu filho, pois seu pai já está preparado para fazer o melhor que ele puder no empenho de fazê-lo feliz.

Aqui vocês veem, na primeira foto, o Joaquim chupando o dedo (ou será uma forçação?); na seguinte uma foto 3D; na terceira o pequeno sorrindo (ou é o pai que enxerga demais?).