terça-feira, 12 de agosto de 2008

O que leva aquela mulher

Ela levantou apressada e totalmente suada. Deixou na cama aqueles três homens exaustos e extasiados. Tomou banho de água fria num chuveiro de boca larga, vestiu sua roupa florida mas extremamente elegante e pegou o dinheiro esparramado sobre o aparador. A quantia era maior que o combinado, o que a fez olhar sorrindo para os três. Estavam admirando sua elegância descompassada com o que haviam experimentado há poucos instantes. Admitiram o extra com um olhar iluminado. Sozinhos, soltaram um "Puta que pariu, que mulher!", fazendo Vanessa, já do lado de fora, se sentir mais gratificada que todo o dinheiro recebido.

 

Vanessa gostava de sua vida, dividia e compreendia muito bem seu prazer. Não sentia culpa ou qualquer arrependimento, era livre na sua visão de mundo, não carregava consigo nenhum ranço de moral cristã ou repressora. Quase tudo lhe era permitido, seguia apenas duas regras: só se vendia para mais de duas pessoas e o sexo com seu esposo não entrava ninguém, era somente os dois.

 

A primeira regra se justificava com simplicidade: se é para se prostituir, que seja com deleite. E ela adorava uma suruba, quanto mais, melhor. Contudo uma restrição se impunha: ela deveria conseguir controlar e satisfazer todos os participantes, seu número mágico é o cinco. A segunda regra é muito subjetiva, Vanessa segue uma espécie de instinto visceral que a impede de aceitar a divisão de seu marido com outra pessoa. Não é por ciúmes nem por pudor, ela simplesmente tem certeza que não sentirá prazer e, por conseqüência, não dará.

 

Assim, Vanessa leva sua vida, amando e se entregando por completo. Toda a compreensão de que precisa, ela encontra em si e por isso é feliz.

 

Abraços

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