quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Inexorável

Ela veio na madrugada.

Sem alarde acordou-me

Tentei argumentar: não é hora, por que eu.

Respondeu-me: sempre é hora, sempre é alguém

Tenho planos. Todos têm.

Amo, sou amado. Os que amam o fazem por serem amados.

E sempre haverá os que amam.

Meu tempo foi pouco. E parafraseando Saramago convenceu-me:

"...no fim das contas o que está claro é que todas as vidas se acabam antes do tempo".

Tudo bem, só deix

2 comentários:

Unknown disse...

Ó eu aqui de novo! Nao gosto de pensar na morte...

Anônimo disse...

O texto - INEXORÁVEL - é do gênero poético, por isso estabele a mensagem mediante a metaforização das imagens. Li-o deglutindo os versos, a urdidura do ritmo e da sonoridade. Não o li. O comi. Estava delicioso. Somente com o comentário da Victória (Feliz aniversário?), é que passei a pensá-lo. Então, me veio sinteticamente:
1) - A morte é inexorável. No caso específico do poema, ela é uma mulher sensual que nos abraça na madrugada. Ou em qualquer momento que virá antes da vontade. Na briga entre a vontade e a morte, vence a morte. A poesia é, aí, a declaração do desejo, portanto da vida, contra o inexorável.

2) - Ela vem de longe-aqui, de longe-dentro.Quem morre? A carne, a vontade? O espírito?

É fácil não morrer: é ser ter uma Mundeza.

abs
Eg