sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Luana Piovani e um conceito que se vai

É fascinante quando um preconceito é desfeito. Sentimo-nos mais livres, abertos para o novo, para enxergarmos mais longe. O processo de quebra do preconceito é de uma beleza contagiante em que somos arrancados daquela certeza arraigada e moldada pela visão estreita de algo. E quando o medo se esvai uma alegria se instala e nos entregamos ao novo, de forma intensa.


Não queria ser rico, na verdade tinha medo de ser rico. Me apavorava ter mais que os outros e sempre me sentia culpado quando comprava algo caro. Enquadrava a riqueza nos aspectos pejorativos da vida. E nesse sentido, queria continuar pobre. Como todo preconceito, olhava o "ser rico" de forma bitolada, unidimensional, não enxergando seus diversos ângulos. Estava cego, ou melhor, mantinha meus olhos fechados.


Numa tarde o processo de transformação começou, instigado por um colega e reforçado por um livro (esse objeto destruidor de conceitos). Em menos de uma semana a ruptura estava instalada: quero ser rico, na realidade vou ser rico, estou cuidando disto. Cada um tem seu conceito de riqueza; alguns querem comprar um iate, um jatinho, ter um carro de luxo do ano ou comer a Luana Piovani, outros querem simplesmente viajar de vez em quando e conhecer a Toscana, comprar queijos e vinhos melhores ou mesmo não se sujeitar a dentista do Ipasgo. Mas todas essas vontades dependem da produção riqueza e de seu símbolo maior: o dinheiro.


Livre de um dos meus preconceitos sinto-me bem melhor e, agora, mais preparado para desfazer-me de outros. Mais que antes, acredito que a mudança expande nossos horizontes e refutar uma crença, que de certa forma nos definia, mostra o quão estamos em constante aperfeiçoamento.


Abraços

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