sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Série Redações: O mal está em não saber usá-las

             Num mundo hipnotizado pelo modismo do politicamente correto, as sacolinhas de plástico engrossam a artilharia dos defensores do meio ambiente. Para esses, elas são uma praga que deve ser banida do planeta. Campanhas contra seu uso, pela sua substituição por sacolas "longa vida" pululam nos meios de comunicação, nas manifestações e nos discurso ambientalistas. Contudo, os agressores das sacolinhas se esquecem que elas são extremamente práticas, multifuncionais, higiênicas e poderiam sim contribuir para a causa ecológica.

            Feitas para acomodar e facilitar as compras, as sacolas plásticas trouxeram uma praticidade inexistente na época de sua invenção. Com suas alças e sua estrutura, permitiam o carregamento de todos os itens dos supermercados. Possibilitava ainda a separação dos diferentes tipos de artigos domésticos: alimentos, produtos de limpeza e de higiene, os secos, os molhados, cada qual nas respectivas sacolas.

            Nas residências, essas tão mal faladas espécies plásticas, podem ser utilizadas para diversas e curiosas funções. Depois de desocupadas, as que estiverem limpas, podem ser imediatamente guardadas – tai mais uma vantagem: a facilidade no armazenamento – aquelas que por ventura apresentarem alguma sujeira podem ser lavadas e depois colocadas junto às outras. Dentre suas utilidades, o acondicionamento do lixo doméstico talvez seja o mais representativo. Além de protegerem as lixeiras, após amarradas vedam o cheiro quase por completo. Mas há aqueles que as usam para proteger e separar objetos; para carregar diversos tipos de materiais; são usadas como toca para o banho; proteção para os pés ou para a sela da bicicleta num dia chuvoso, enfim, a lista depende da necessidade e da criatividade de quem as usa.

            Suas incríveis possibilidades de reutilização e a condição totalmente reciclável, tornam as sacolinhas plásticas um produto com valor ecológico bastante considerável. Como subproduto do petróleo, sua produção não implica no desmatamento de extensas áreas, como ocorre no caso de suas irmãs de papel. Ou ainda não acarreta no modelo de monocultura do algodão para criação das pouco higiênicas e nem um tanto práticas bolsas naturais.
            No ideário da demonização das sacolinhas, ataca-se o inimigo errado. No lugar de condená-las, o melhor caminho é tê-las como aliadas. Pois somente com a educação e a conscientização da sociedade será possível criarmos um mundo ecologicamente sustentável. E a utilização de produtos multifuncionais, práticos e de baixo custo pode ser uma das alternativas. As sacolas plásticas têm a capacidade de exercer esse papel, bastando criarmos canais de sensibilização e de informações acerca de seu melhor aproveitamento.

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