A sociedade tem enfrentado uma questão altamente importante e complexa: como impor limites aos jovens sem, contudo, voltar a um passado repressor e, inclusive, violento. A grande mídia traz constantemente notícias de delitos graves envolvendo adolescentes. São garotos que queimam índios em Brasília, outros de classe média-alta traficando drogas e praticando roubos, alunos que agridem e desrespeitam professores nas escolas. Esse assunto também faz parte das telenovelas, gerando debates acalorados entre os milhares de telespectadores.
A criação dos filhos era pautada, até pouco tempo atrás, pela obediência total aos pais. A prática das palmadas não era questionada pois não havia uma preocupação com formas alternativas de educação. Mesmo nas escolas a palmatória era uma constante. Com o passar das décadas, as relações sociais se transformaram, exigindo de pais e filhos, educadores e alunos uma postura mais libertária, regulada pelo diálogo e pela aceitação das diferenças entre os indivíduos.
Essas mudanças são fruto das imposições dos jovens que vivenciaram a revolução hippie e passaram a criar seus filhos na cultura de liberdade que tanto pregavam; das teorias psicológicas que advogam um posicionamento de diálogo e entendimento; é efeito, ainda, do sentimento de pais que passam a conviver cada vez menos com os filhos e têm na permissividade a forma de compensarem suas ausências. Aqui, a entrada, já tardia, da mulher no mercado de trabalho é um fator demasiadamente importante; e também são resultado da evolução das leis civis abrangendo os direitos de crianças e jovens e abominando as agressões físicas praticadas por pais ou qualquer outro adulto.
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